A risada que não foi pra ele

A risada que não foi pra ele

“Uma reflexão sobre humor, liberdade e o silêncio onde deveria haver riso.”

Numa reunião de amigas, entre uma batida de maracujá e outra, ela ria como há tempos não ria.
Soltou um “ai, que vergonha!” depois de contar uma história da adolescência.
As amigas gargalharam com ela. Os ombros se balançaram. Os olhos se fecharam.
Naquele momento, ela era leve, boba, brilhante.

Leveza e riso feminino! Qualidade admirada por muitos homens, mas que, se vai embora na maioria dos relacionamentos conjugais.

Horas antes, no mesmo dia, ela almoçara com o namorado.
Tinha lembrado da mesma história.
Mas engoliu o impulso de contar.
Ele estava sério.
O assunto era contas, prazos, futuro.
Ela achou melhor não interromper com uma bobagem.

Então, ali, entre as amigas, a história ganhou voz.
E ela riu por duas — por ela, e pela mulher que se cala quando está ao lado dele.

Quando ela prefere contar piadas para as amigas — e não pra ele.

Por que algumas mulheres se censuram na presença do parceiro, mesmo sem perceber?

A ideia de que amor é um espaço seguro nem sempre se traduz na prática.
Muitas mulheres, mesmo em relacionamentos aparentemente saudáveis, diminuem o volume de si mesmas.
Não porque foram proibidas de rir, falar alto ou contar piadas.
Mas porque foram educadas a preservar o “clima” do relacionamento, mesmo que isso custe pequenos silêncios diários.

> “Ela não se cala por medo. Ela se cala por hábito.”

Além disso, há a expectativa (sutil, mas real) de que a mulher deva ser desejável.
E o humor, quando mal interpretado, pode parecer escandaloso, exagerado, sem classe.
Então, ela modula.
Filtra.
Conta a versão contida da história.

Mas com as amigas…
Com elas, ela se permite rir até fazer careta.

O que o humor feminino esconde – e também revela sobre o estado emocional da mulher

O riso feminino, quando livre, é um dos maiores sinais de saúde emocional.
Quando ela ri de si mesma, das lembranças, da própria tragédia, é porque há espaço interno.
Mas, quando ela só ri fora de casa, isso pode estar dizendo algo.
Talvez ela sinta que ali dentro não cabe a versão engraçada de si.

> “O que a gente não diz em palavras, o corpo entrega em silêncio.”

Ela ainda tem graça. Ainda tem histórias. Mas nem todo amor oferece espaço pra leveza.

Muitas mulheres confessam que não se sentem engraçadas ao lado do parceiro.
Não porque não sejam.
Mas porque não sentem reciprocidade na leveza.

Elas percebem que ele não ri. Ou ri sem entender. Ou pior: ri como se estivesse zombando.

📌 Curiosidade real (e incômoda):

Uma pesquisa da Harvard University mostrou que o senso de humor está entre os principais elementos de conexão emocional nos relacionamentos — mas a liberdade para exercê-lo é mais comum fora do ambiente amoroso, especialmente entre mulheres.

👉 Leia o estudo completo (em inglês) http://PubMed – National Library of Medicine https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20025361/

Como a intimidade pode sufocar a leveza, se não houver espaço emocional entre o casal

É comum achar que o tempo torna tudo mais confortável.
Mas a verdade é que muitos casais confundem intimidade com previsibilidade.
Ela se sente observada, vigiada, julgada.
O parceiro vira um espelho crítico, não um espaço de acolhimento.

E assim, o riso vai embora devagar.

No começo, ela apenas filtra piadas.
Depois, deixa de compartilhar histórias bobas.
Em algum ponto, para de falar besteira.
E um dia, ele se pergunta:
“Por que ela tá tão calada?”

Conclusão Bê-á-bá Noir:

“Não é sobre graça. É sobre espaço.”

Dessa forma, vemos que quando ela para de contar piadas não é porque ficou chata.
É porque não se sente escutada.
Porque o brilho do riso exige presença, troca, acolhimento.

Ela ainda sabe ser divertida.
Ainda tem graça, histórias, bobagens.
Mas precisa do lugar certo pra isso florescer.

Portanto, se ela se cala com você — mas explode de gargalhada com as amigas — a pergunta certa não é: “O que elas têm?”
A pergunta é: “O que você não oferece mais?”

Por que ela tá tão calada?”

🎧 Link emocional: Trilha sonora pra ouvir lendo esse post

🎵 “I Can’t Make You Love Me” – Bonnie Raitt
👉 Ouça no Spotify http://Pony – Ginuwine https://open.spotify.com/track/6b8Be6ljOzmkOmFslEb23P

💌 Bê-a-bá da Interação

✍️ Comenta um “Oi” se você já percebeu que se cala perto de alguém — e ri alto com quem te deixa leve. Esse é o seu momento.
O espaço onde a gente fala o que sente, mesmo que doa.

Ou só comenta. Mesmo que em silêncio!

Post Avesso aqui👉  https://lalinoir.com/vulnerabilidade-masculina-no-relacionamento/

 

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